Dia 2 – Relato de Joshua Walker
O amanhecer em Arkham trouxe consigo uma névoa ainda mais densa, como se a cidade estivesse determinada a esconder seus segredos. Acordei no galpão, o corpo dolorido e a mente ainda assombrada pelos eventos do dia anterior. Mas não havia tempo para lamentações. Arkham não perdoa os fracos.
Explorando os arredores, deparei-me com uma passagem oculta, uma porta disfarçada entre as ruínas. A curiosidade, sempre uma faca de dois gumes, me levou a descer por aquela escadaria escura e úmida. No fundo, encontrei algo que jamais imaginei ver: o que parecia ser um livro de que muito ouvi falar: o Necronomicon. Sim, era ele, o livro de feitiçaria, com sua capa de aparência macabra e páginas que pareciam pulsar com uma energia própria, agora me E eu o encarava de volta. Contra todos os instintos de autopreservação, decidi levá-lo comigo. Talvez fosse a chave para entender a loucura que permeava Arkham.
Continuando minha exploração, também encontrei uma estatueta de argila, pequena e aparentemente insignificante, mas com uma aura estranha. Lembrei-me de lendas sobre artefatos que serviam como alarmes contra os Grandes Antigos. Decidi mantê-la por perto. Em Arkham, qualquer vantagem, por menor que fosse, poderia significar a diferença entre a vida e a morte.
Foi então que avistei algo que gelou meu sangue. O corpo de Mia Moore, uma conhecida, boiava no rio, os olhos vidrados em um vazio eterno. Com esforço, consegui recuperar sua mochila, pesada e encharcada. Dentro, encontrei balas abençoadas. Um presente dos deuses, ou talvez uma última tentativa de Mia de lutar contra a escuridão que a engoliu.
A necessidade de encontrar um refúgio seguro tornou-se urgente. Após horas de busca, encontrei uma residência que parecia promissora. As portas estavam trancadas, as janelas intactas. Um verdadeiro achado em meio ao caos de Arkham. Mas a paz foi breve. Dois cultistas, absortos em um ritual, estavam perigosamente próximos dali. Eu não podia permitir que eles continuassem.
A luta foi rápida e brutal. Eu os surpreendi. A adrenalina corria em minhas veias enquanto enfrentava aqueles cultistas, cada movimento calculado, cada golpe preciso. Quando o último caiu, um silêncio pesado tomou conta do lugar. Pelo menos por enquanto, estava seguro.
À medida que a noite caía, recolhi-me na residência, o corpo exausto e a mente em frangalhos. A curiosidade sobre o Necronomicon, no entanto, não me deixava em paz. Abri suas páginas, mergulhando em um abismo de horror e angústia. As palavras pareciam sussurrar diretamente à minha alma, corroendo minha sanidade.
Lutando para manter a lucidez, recorri a medicamentos, tentando afastar os pesadelos que ameaçavam me consumir. O sono veio, mas não trouxe descanso. Apenas um estado de esgotamento físico e mental, marcado por descobertas perturbadoras e confrontos intensos.
Arkham não perdoa.
E eu sabia que o pior ainda estava por vir.
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